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Notícia

DNA UNESP: Plataforma desenvolvida em parceria com empresa-filha da UNESP é destaque na 36ª edição do Prêmio Gerdau Melhores da Terra

28/05/2025
Solução digital, fruto da parceria entre a Quanticum e o Grupo Piccin, foi premiada na categoria Inovação Digital

 

Baseada na tipologia da argila (minerais naturais do solo menores do que 0,002 mm) e suas propriedades magnéticas, a ferramenta oferece um diagnóstico agronômico preciso, antecipando riscos e oportunidades em áreas agrícolas. A solução combina Big Data, análise preditiva e inteligência artificial, cobrindo 100% do Brasil em resolução de 0,2 hectare, nos perfis 0–20 cm e 20–40 cm.

 

Desenvolvida por uma equipe de egressos da UNESP, a tecnologia foi embarcada em três linhas de produtos Piccin, com validação técnica de especialistas renomados na área de sensores e criação de zonas de manejo. A solução tem sido aplicada com sucesso em diferentes culturas, ajudando produtores a tomar decisões mais sustentáveis, produtivas e rentáveis.

 

A plataforma é capaz de gerar, de forma preditiva, dados que podem ser disponibilizados e acessados via pacotes tecnológicos. Alguns deles são:

 

Fertilidade | Linha Terrus Solo – pacote avançado, dando acesso, por exemplo, aos indicadores: aptidão e risco de resposta à calagem, à gessagem, ao uso de adubos orgânicos e derivados, posicionamento da melhor fonte de calagem e fósforo, risco de perda de N por volatilização, desequilíbrio de bases, desgaste da fertilidade e resiliência nutricional do solo.

 

Ambiental e Conservação | Linha Terrus Verde: dando acesso antecipado aos indicadores de potencial e riscos do solo para aptidão e risco à compactação, erosão (laminar, sulco, entre-sulcos), risco hídrico e risco fitossanitário, mapa de retomada pós-chuva, risco de fitotoxicidade e escape de defensivos, curva de referência de elementos tóxicos (ex: cromo, bário), posicionamento de água residuária (ex: vinhaça, suinocultura) e aptidão para estocagem de carbono.

  

Alguns resultados econômicos e ambientais baseados em projetos já instalados são: caso Hugo Vilas Boas, produtor de café no Sul de Minas Gerais, que tinha uma produtividade média histórica de 42 sacas de café por hectare, com uma bienalidade (um ano produz muito e outro ano produz menos) de 35%, e agora tem uma produtividade média nos últimos 5 anos de 53 sacas, com bienalidade de menos de 15%. Além disso, acrescenta-se o melhor posicionamento de fontes de insumo, como fontes de fósforo, ajudando na decisão de compra de uma fonte de R$ 4 mil ou R$ 1,5 mil por tonelada, em função do tipo de argila mais responsivo. Outro caso é o de Armando Fábio Nascimento, que saiu de uma média histórica de produtividade de soja de 70 sacas por hectare para uma média de 90 sacas, em alguns talhões atingindo até mais de 100 sacas de soja por hectare. Considerando um preço médio de R$ 120 por saca, o incremento gerado resulta em um lucro da ordem de R$ 2.400,00 por hectare, sem contar o impacto na lucratividade devido à compra de sementes mais indicadas para a tipologia da fazenda e densidade de plantio. Isso também se aplica ao posicionamento de herbicidas pré-emergentes e outras fontes de bioinsumos.

 

O prêmio

 

Durante a Agrishow 2025, a Quanticum foi reconhecida com o 36º Prêmio Gerdau Melhores da Terra como Melhor Ferramenta Tecnológica entre mais de 800 expositores. A solução destacou-se por sua abordagem inovadora na análise de risco e crédito de terras, sendo validada por uma banca científica formada por especialistas, representados por Universidade Federal do Rio Grande do Sul - Renato Levien, UNESP Ilha Solteira - Luiz Malcolm Mano de Mello, USP/Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz" - José Paulo Molin, Universidade Federal de Viçosa - Ronaldo Goulart Magno Júnior e UNESP Jaboticabal - Carlos Eduardo Angeli Furlani. O reconhecimento consolida a posição da Quanticum como referência em tecnologias disruptivas para o agronegócio tropical.

 

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O DNA UNESP

 

Esse reconhecimento representa um marco para a Quanticum como empresa-filha da UNESP. Fundada por egressos da universidade — Renan Gravena, Gustavo Pollo e Diego Siqueira — e nascida com base científica do grupo de pesquisa Caracterização do Solo para Fins de Manejo Específico – CSME, coordenado pelo Professor Sênior José Marques Júnior, e apresentada ao mercado via Grupo Pollo nos estágios iniciais, a empresa é apoiada pela Agência Unesp de Inovação, FAPESP e CNPq. Também passou por várias acelerações e validações como PIPE, Sebrae for Startups, Quintessa, Cubo Itaú e Shell Startup Engine. "Ver uma tecnologia com base acadêmica conquistar espaço de mercado e reconhecimento internacional reforça o valor da ciência pública quando aliada ao empreendedorismo e à inovação", comenta Siqueira.

 

A Empresa

 

A Quanticum estruturou uma holding chamada Terrus Agri, da qual derivaram spin-offs especializadas, como:

  • Terrus Regeneração, com a Casa Bugre;

  • Terrus Territorial, com o Grupo Piccin;

  • Terrus Carbon Coffee, já vendendo créditos de carbono com parceiros como illycaffè, Cooxupé e Netflix;

  • Terrus Lab, em parceria com a Athenas, um laboratório que recebe mais de 200 mil amostras de solo por ano.

 

Essa estrutura permite escalar a aplicação da plataforma de forma setorial, respeitando as particularidades de cada cadeia produtiva. A tecnologia já é adotada por famílias produtoras em todo o Brasil e parceiros na América do Sul, que têm sido aliados fundamentais na expansão internacional da solução.

 

Além da Agrishow, a Quanticum também participou de agendas estratégicas como o 5º Diálogo Entre Solos, na sede da Mosaic, promovido pelo Pacto Global da ONU, e negociação de um acordo com o Hospital Albert Einstein e o Instituto Internacional IHI para doar o primeiro lote de carbono do projeto Terrus Carbon Coffee, com apoio da Eccaplan e 2030Today.

 

Por fim, Diego Siqueira, embaixador do Fundo Patrimonial Prospera da UNESP e um dos sócios fundadores e atual Diretor Executivo, comenta: “Não é apenas sobre sensores, máquinas ou algoritmos. É sobre gente ajudando gente a cuidar da terra. Precisamos transformar estudo em partilha e ciência em empatia. Precisamos ser um cidadão em tempo integral, que dá voz ao invisível — das nanopartículas do solo às pessoas que vivem dele. Precisamos inspirar crianças e mostrar que é possível vencer sem deixar ninguém para trás!”