A formação do Sistema Solar tem sido objeto de estudo há centenas de anos e pode estar mais próxima de ser desvendada com a nova teoria formulada por um grupo internacional de pesquisadores, dentre eles André Izidoro - doutor em astrofísica pela Unesp. Na recente formulação, os teóricos sugerem que ao longo do período inicial de formação do Sistema, o Sol seria circundado por três anéis responsáveis por envolver e ambientar os planetas, propiciando seu desenvolvimento. Estes anéis seriam linhas de sublimação de Silicato, de H₂O e de CO, em ordem crescente de distância em relação ao Sol.
Em entrevista ao Jornal Unesp, o Dr. Izidoro fala sobre a metodologia utilizada para embasar o estudo e sobre a teorização do processo que teria formado o Sol, os anéis e os planetas de forma simultânea, através da aglutinação de detritos e gases. “Eu usei simulações computacionais para tentar reproduzir a formação e evolução do Sistema Solar desde quando o Sol era muito jovem e os planetas ainda estavam começando a crescer a partir da aglomeração de grãos de poeira com tamanhos de alguns milímetros. Minhas simulações modelam os diferentes processos físicos que fizeram com que esses grãos de poeira crescessem até o tamanho atual dos planetas, da ordem de alguns milhares de quilômetros. Nós precisamos variar diversos parâmetros físicos até chegarmos às condições que melhor reproduziam o Sistema Solar”, ressalta Izidoro.
A teoria formulada pelos cientistas é fundamentada nas imagens captadas pelo radiotelescópio ALMA, as quais apontam a formação de novos sistemas de planetas orbitando estrelas cercadas por anéis separados. Os demais detalhes podem ser acompanhados no artigo publicado pela Nature: https://www.nature.com/articles/s41550-021-01557-z.