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Notícia

Aluno do câmpus Guaratinguetá é top 50 do Empreenda Santander

17/06/2019
Lucas Rezende foi à 2ª fase do Desafio com projeto para desenvolver gerador de hidrogênio

De acordo com um levantamento realizado pela Confederação Nacional de Jovens Empresários em 2016, as pessoas entre 21 e 25 anos são as que mais querem ter o próprio negócio. Entre os que integram essa estatística está Lucas de Almeira Rezende, de 25 anos, estudante de mestrado em Engenharia Mecânica do câmpus de Guaratinguetá da Unesp.

O projeto de desenvolvimento e análise experimental de um gerador de hidrogênio, apresentado pelo mestrando da Unesp, foi selecionado entre as 50 melhores propostas empreendedoras do Programa Empreenda Santander, categoria "Universitário Empreendedor". Lucas, que por ter passado da primeira fase ganhou licença para um teste de perfil empreendedor, aguarda agora o resultado da segunda etapa, encarando a participação no programa como uma oportunidade para aprimorar o projeto no sentido de promover um impacto positivo na sociedade.

“Atualmente já estou realizando testes da minha proposta utilizando painéis solares fotovoltaicos na Unesp e conto com o apoio fundamental do professor Celso Tuna, meu orientador, do professor José Luz Silveira, coordenador do IPBEN (Instituto de Pesquisa em Bioenergia), e de outros professores e estudantes que me proporcionam aprendizados diários que permitem que o meu projeto evolua", afirma Lucas Rezende. "O Empreenda Santander está me ajudando a obter resultados relevantes tanto para o meu mestrado quanto para estruturar o meu próprio negócio de maneira que minha iniciativa ajude as pessoas e o ambiente à minha volta, de forma sustentável”, diz o estudante.

O interesse em estruturar projetos e ideias inovadoras, com potencial para se transformarem em opções no mercado, começou ainda na graduação, concluída em uma faculdade particular de Volta Redonda, no Rio de Janeiro, sua cidade natal. Lucas afirma que não teve exemplos próximos de amigos ou familiares que empreenderam, já que o pai atuou durante 32 anos em uma siderúrgica e a mãe trabalha na área de ciências contábeis. Mas ele sempre teve vontade de viver das suas ideias, imaginando produtos diferentes que poderiam sanar problemas sociais. 

Foi a partir desse impulso que, durante a graduação, ele desenvolveu o protótipo de um eletrolisador de baixo custo, que produz hidrogênio e oxigênio a partir da eletricidade. A ideia surgiu ao assistir a um vídeo na internet sobre um carro movido a água capaz de reduzir consideravelmente a emissão de gases poluentes no ar. Em 2015, começou a procurar artigos e patentes sobre o tema para entender melhor como funcionava esse mecanismo. Ao perceber que os eletrolisadores disponíveis no mercado não eram tão eficientes, Lucas começou a desenhar um protótipo com recursos próprios, que ele apresentou como parte do seu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) na graduação em engenharia mecânica.

O interesse em continuar realizando pesquisas na área o levou ao Programa de Pós-Graduação em Engenharia Mecânica da Unesp em Guaratinguetá, onde ingressou inicialmente como aluno especial, em 2017, tornando-se aluno regular em 2019. Sob a orientação do professor Celso Eduardo Tuna, que atua no Departamento de Energia e é vice-coordenador do laboratório associado de Guaratinguetá do IPBEN da Unesp, Lucas estruturou um projeto com o objetivo de descrever e desenvolver um sistema de produção de hidrogênio utilizando energia limpa, proposta que inscreveu no Empreenda Santander.

“Sempre que uma pesquisa de pós-graduação é definida, buscamos desenvolver um trabalho que traga benefícios não só para a comunidade científica, mas também para o ambiente externo à Universidade. Esperamos que o trabalho do Lucas possa ser utilizado em diferentes laboratórios, escolas e iniciativas do país”, afirma o professor da Unesp Celso Eduardo Tuna.

A trajetória de aliar pesquisa científica e empreendedorismo é desafiadora, mas Lucas deixa uma mensagem de estímulo a todos os universitários.

"É preciso pensar na possibilidade de construir produtos inovadores que atendam às necessidades das pessoas, dedicando-se amplamente a isso e aceitando que os erros são mais frequentes que os acertos. As pessoas precisam acreditar nelas mesmas e no potencial das ideias que têm, demonstrando que são capazes de estruturar produtos de valor e participando de processos importantes pra validar a relevância das ideias, construir uma série de aprendizados e obter investimentos”, afirma o mestrando.

O Programa Empreenda Santander oferece aos dez projetos selecionados na segunda etapa uma pré-aceleração por seis meses e, ao vencedor, é destinado um aporte financeiro de R$ 30 mil, junto com uma bolsa de estudo na Babson College, nos Estados Unidos, para o estudante e para o professor orientador.

A Agência Unesp de Inovação (AUIN) possui um convênio com o Santander Universidades e divulga, entre os estudantes da Unesp, iniciativas que fomentam o empreendedorismo e a inovação.

De acordo com Wagner Valenti, diretor da AUIN, por meio de iniciativas como essa os alunos podem exercitar o pensamento empreendedor para construir propostas que possam ser posteriormente comercializadas e que possibilitem um novo caminho para a carreira dos jovens.